Os benefícios das plantas que melhoram o solo são: elas adicionam nutrientes, protegem a erosão e fazem a compactação.
No final de abril, como máquinas da Usina Costa Pinto, de Piracicaba, SP, a rede de plantio que deságua, com suas flores amarelas, dos canaviais em torno. Os arbustos, com cerca de 2,5 metros de altura, foram desmantelados ao chão e triturados. Não foi colhido, mas para uma crotalária plantada de 1.500 hectares, tinha cumprido sua função. De novembro, mês após as chuvas na região, ela garantiu uma cobertura do terreno, protegendo-se, com suas raízes e raízes, da ameaça de erosão.
O contraste entre o solo protegido pela planta e as áreas vizinhas que mantém descobertas, onde a chuva fez seus estragos, tornava-se visível o trabalho eficiente da crotalária. Foto acima (Luiz Carlos e Rubens, com feijão-de-porco: para recuperar o solo).
Na mesma época, em São Roque, no cinturão verde de São Paulo, os produtores de hortaliças Luiz Carlos Trento e Rubens Gadelha prepararam-se para derrubar uma plantação de 2,5 hectares de milho e feijão-de-porco. Mas não queriam colher nem espigas nem grãos. As plantas foram semeadas como primeiro passo para o crescimento da área, muito degradado, preparando-se para receber uma lavoura de trigo no inverno. Mesmo que o milho tenha sido plantado pelo benefício que pode trazer à terra: ele produz grande quantidade de massa verde, que pode ser incorporado, enriquecendo o terreno. Já o feijão-de-porco não é tão essencial quanto a sua massa. Suas raízes trabalham no subterrâneo, reduzindo a compactação do solo.Foto abaixo (Fernando Torre, com mucuna: adubo verde reduzido gasto na irrigação).
Crotalária e feijão-de-porco são a maior parte dos pequenos animais brasileiros. Assim como o labe-labe, uma mucuna anã, a ervilhaca, a ave preta e as inúmeras outras integrantes da relação de plantas que são exploradas menos pelas colheitas que dão trabalho pelo que não executam solo, com-o. Conhecidas como os verdes, têm os seus sofrimentos por muito tempo, há muito tempo, em todo o mundo. Na maior parte, são as leguminosas, as que têm em comum a remoção do nitrogênio do ambiente, através da ação de uma bactéria, o rizóbio, capaz de fazer com que o elemento em nódulos formados na raiz da planta. Mas o elenco das plantas melhoradoras do solo não é restrito a uma família. Cabem nele gramíneas, como a ave preta e o azevém, crucíferas, como o nabo forrageiro, e ainda outras.(Veja no final desta matéria as fichas das plantas mais utilizadas na adubação verde.)
A ênfase no uso dos adubos químicos fez com que, por muito tempo, a utilização desses recursos ficasse esquecida no Brasil, tanto por agricultores como pela pesquisa. Um erro que muitos produtores sentiram no bolso, quando a aplicação de doses reforçadas de fertilizantes deixou de se refletir nas colheitas. Foto acima (Mucuna anã no meio do milharal: casamento sem concorrência). Entusiasmados com as respostas rápidas obtidas com a adubação química, esqueceram que o crescimento das plantas depende também da estrutura física do solo e da atividade biológica nele existente. “O crescimento vegetal depende de três fatores essenciais – as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo – e é o mais limitado deles que vai determinar o resultado final”, afirma Shiro Miyasaka, pesquisador aposentado do IAC – Instituto Agronômico de Campinas, onde por muitos anos estudou a adubação verde, e consultor da Associação Mokiti Okada, em São Paulo. Ao contrário dos fertilizantes químicos, a adubação verde representa benefício nas três frentes ao mesmo tempo. Não faz só o papel do adubo, fornecendo nutrientes: melhora também a textura do solo e intensifica a vida biológica em torno das raízes. Além de manter o solo sempre coberto, protegendo da erosão e da infestação das ervas invasoras. Foto abaixo (Miyasaka com guandu: melhora química, física e biológica do solo).
As raízes de plantas como o guandu e o feijão-de-porco fazem uma eficiente guerra subterrânea contra a compactação do solo. Em apenas três meses, a raiz do guandu chega a 3 metros de profundidade, rompendo no caminho as camadas compactadas, afirma Miyasaka. Quando a planta morre, os furos abertos pelas raízes tornam-se poros para levar oxigênio a camadas mais profundas. A massa verde das plantas, deixada no solo como cobertura morta ou incorporada, ajuda a manter a umidade e a amenizar a temperatura do solo. A relação dos benefícios dos adubos verdes vai mais longe. Seu cultivo mantém no solo, em torno de suas raízes, uma população numerosa de microorganismos ativíssimos na busca de alimentos, o que acaba contribuindo para a assimilação de nutrientes pela planta. Algumas espécies, como a mucuna anã, a ervilha forrageira e a crotalária, se destacam pela rapidez com que crescem e dominam o terreno, impedindo o florescimento de ervas invasoras. Outras combatem a infestação de plantas daninhas com suas propriedades alelopáticas, exercendo uma espécie de inibição química sobre o avanço de invasoras. O feijão-de-porco e a mucuna, por exemplo, afastam o perigo da tiririca, e onde há o azevém não cresce a guanxuma. Já o guandu tem uma qualidade valiosa: ele libera ácidos piscídicos, capazes de tornar solúvel, e aproveitável pelas plantas, o fósforo existente no solo que, em condições normais, as raízes não conseguem absorver. Além desses benefícios para a terra, quase todos os adubos verdes podem ser usados na alimentação de animais, bovinos principalmente.
Os que conhecem as virtudes dessas plantas usam geralmente o inverno, quando há menos alternativas de exploração de lavouras comerciais, para semeá-Ias. “Em vez de deixar a terra desocupada no inverno, é muito melhor deixar a natureza fazer seu bom trabalho”, afirma Miyasaka. Há oito anos, Fernando Torre, produtor de hortaliças em Ibiúna, no cinturão verde de São Paulo, reserva a cada inverno uma área entre os canteiros de verduras para a adubação verde. Por anos seguidos plantou a aveia preta, que neste inverno substituiu pela ervilhaca. Extremamente atento à qualidade do solo, notou, com o passar do tempo, a diferença entre a área onde fazia a rotação de culturas e plantava a aveia e outra, arrendada, ocupada ininterruptamente pelas verduras. “Onde houve a incorporação da aveia passei a usar menos água na irrigação e a gastar cerca da metade do adubo aplicado na outra área”, afirma. Foto abaixo (Área desocupada da Usina Costa Pinto: sem cobertura, o risco da erosão).
Ervilhaca e aveia preta, adubos verdes muito utilizados no inverno no Sul do país, não agüentam, porém, as temperaturas altas de regiões como o interior de São Paulo, os cerrados mineiro e goiano. Onde o inverno é quente é preciso recorrer a outras plantas, apropriadas para o clima tropical. Uma boa solução para utilizá-Ias, segundo Miyasaka, é plantá-Ias quase no fim do verão, no meio da cultura comercial, principalmente se for o milho. A mucuna preta, o labe-labe e o guandu, por exemplo, podem ser plantados em fevereiro, quando o milharal está em fase de florescimento. As plantas crescem devagar até a colheita do milho, e depois ocupam o terreno. Já estarão com raízes desenvolvidas em junho, quando as chuvas começam a escassear, e poderão manter o solo coberto por todo o inverno até o novo plantio.
A adubação verde, porém, não é uma exclusividade do inverno. Como no verão o produtor dificilmente abre mão de ocupar toda sua área com as culturas comerciais, a solução pode ser a consorciação. Entre as leguminosas de clima tropical existem algumas apropriadas para o plantio em conjunto com outras lavouras. A mucuna anã e o feijão-de-porco, por exemplo, podem ser plantados em outubro, nas entrelinhas do milharal, e desenvolver-se sem prejudicar a cultura comercial. A mucuna anã, que tem um crescimento menos agressivo que as espécies cinza e preta, se dá b m na companhia de culturas variadas, seja o milho, verduras como alface e repolho e outros hortigranjeiros como o tomate, e culturas perenes. Para todas é uma companheira exemplar: em vez de fazer concorrência, ajuda a outra a crescer e ainda melhora o terreno para a lavoura que virá depois.
Chapéu contra a erosão
A crotalária cresce rápido e protege o terreno
Seu nome tem relação com uma das mais perigosas e venenosas cobras, a cascavel, cuja denominação científica é Crotalus terrificus. Quem batizou a crotalária achou o cacho de suas flores semelhante ao guizo da serpente. Ao’ contrário da cobra, porém, a planta tem uma longa história de bons serviços prestados ao homem. Originária da Índia, há séculos ela é cultivada para a produção de fibras têxteis. Com esse fim foi introduzida no Brasil no início do século, e só mais recentemente uma I outra virtude sua passou a ser valorizada. Como outras plantas da família das leguminosas, ela enriquece com nitrogênio o solo, melhora sua estrutura física e protege-o da ação da erosão e da invasão das ervas daninhas. Foto acima (A Crotalaria spectabilis, à frente, cresce menos que ajuncea, atrás).
Sob o nome crotalária coexistem diversas plantas diferentes. Crotalaria, na definição dos cientistas, é um gênero, dentro do qual há várias espécies – juncea, spectabilis, micronata, paulina, entre outras -, muitas utilizadas como adubos verdes. A surpreendente rapidez no crescimento fez que a Crotalaria juncea acabasse sen do a mais utilizada no Brasil. Até recentemente, o maior incentivo a seu cultivo vinha da Companhia Industrial de Papel Pirahy, empresa do Grupo Souza Cruz, que utilizava suas fibras para fabricar papel de cigarro. Para apoiar os produtores, a empresa criou em 1973 em Piracicaba, SP, um centro de pesquisa e desenvolvimento de sementes. Em 1990, porém, a Pirahy deixou de lado a crotalária, depois de comprovar a vantagem econômica de utilizar o sisal como matéria-prima. Três agrônomos que trabalharam no centro, no entanto, não abandonaram a leguminosa. Fizeram da unidade de pesquisa uma empresa, a Sementes Piraí, e continuaram o trabalho, apostando no uso da planta como adubo e cobertura verde.
Entre as variadas alternativas da adubação verde, a Crotalaria juncea tem muitos pontos de destaque, segundo os sócios da Piraí. “Além de ter germinação e crescimento mais rápidos que outras coberturas verdes, ainda fornece maior volume de massa, tanto verde como seca”, afirma o agrônomo José Donizeti Carlos, um dos sócios da empresa. A Piraí produz sementes de outros adubos verdes, mas as da crotalária são o carro-chefe das vendas. Há compradores até no exterior, no Japão e nos Estados Unidos. Mas os maiores clientes da Piraí são as usinas de açúcar próximas a Piracicaba. Naquela região, o solo tem uma camada de 30 centímetros de areia sobre argila. Como a topografia é ondulada, o terreno é muito prejudicado com as chuvas, principalmente se, no ano de reforma do canavial, fica descoberto no verão. Foto acima (Carlos: produção de sementes).
A Usina Costa Pinto, uma das maiores da região, planta regularmente a crotalária. O agrônomo André Micotti da Glória, gerente de tratos culturais, explica que, de acordo com o cronograma da usina, é preciso reformar a cada ano um quinto dos 25 mil hectares de canaviais. A capacidade de plantio da usina, porém, não dá conta de reformar toda a área antes do início das chuvas’. Nos 1.500 hectares que ficam descobertos é plantada, entre outubro e novembro, a crotalária.
A leguminosa é cultivada pelas usinas menos para aumentar a fertilidade do solo do que para preservá-lo da erosão. A função é mesmo cobrir o terreno, como um chapéu protetor. Pode parecer pouco, mas para a usina é o suficiente para justificar todos os gastos no ‘plantio. São cerca de 84 dólares por hectare no total, divididos entre a semeadura (24 dólares), mais 10 dólares nos herbicidas aplicados no pré-plantio e 50 dólares na compra de 25 quilos de semente. O resultado do investimento é visível no campo de 120 hectares de Charqueada, município vizinho a Piracicaba, em abril, depois que a massa densa formada pela planta é incorporada ao solo. Nas linhas ou “ruas” onde a crotalária não foi semeada, o início do processo erosivo está à mostra, enquanto a área coberta mantém preservada sua superfície.
Rotação dá bons frutos
Adubação no inverno ajuda lavoura de verão
Soja no verão, trigo no inverno. A dobradinha que por longos anos dominou os campos do oeste do Paraná perdeu força nos últimos anos. Os baixos preços do trigo levaram muitos produtores a desistir do plantio do cereal e, por falta de alternativas, uma extensa área começou o inverno desocupada. Para alguns, porém, a crise do trigo tornou-se uma oportunidade para investir na rotação de culturas e na melhoria do solo, de olho na próxima safra de verão. Na Fazenda Espigão, no município de Terra Roxa, pOI: exemplo, o trigo foi mantido em uma área de apenas 170 hectares, em vez dos 630 da lavoura habitual. A maior área foi reservada para a aveia e outras plantas destinadas à adubação verde, à ervilhaca e à ervilha forrageira. Foto acima (Crotalária, triturada e incorporada ao solo: nutrientes e cobertura).
Com essas culturas, explica o agrônomo Rainer Zielasko, que dirige a fazenda, será possível continuar o trabalho de recuperação do solo da Espigão, esgotado após 20 anos da sucessão das lavouras da soja e trigo. Desde que assumiu a fazenda, há quatro anos, ele vem se esforçando para reduzir a compactação e aumentar o teor de matéria orgânica no solo. “A crise do trigo pode ter seu lado positivo se estimular a rotação de culturas e o plantio de adubos verdes”, diz Zielasko. Seu planejamento prevê que as áreas ocupadas pela ervilhaca, que fixa boa quantidade de nitrogênio no solo, serão ocupadas no verão pelo milho, que precisa muito desse nutriente. Assim o investimento no inverno já poderá dar frutos na colheita de verão. Foto acima (Nódulos na raiz do feijão-de-porco).
Em todas as áreas de adubação verde da Espigão, uma parte é reservada à produção de sementes. Zielasko colabora com os experimentos dirigidos pelo Iapar – Instituto Agronômico do Paraná na estação experimental de Palotina, com o objetivo de aperfeiçoar a técnica de produção de sementes das várias espécies usadas para melhorar o solo. O objetivo do Iapar é estimular os usuários da adubação verde a ser auto-suficientes nesse campo. “A compra das sementes é o principal custo para o cultivo dos adubos verdes e, como o produtor não tem um retorno econômico imediato com esse plantio, é importante que busque reduzir seus gastos”, afirma Valdir Guerini, gerente da estação do Iapar. Ainda mais porque os preços das sementes muitas vezes são elevados, já que há poucos centros de produção e a demanda vem aumentando.
É o caso da Crotalaria juncea: o crescimento rápido da planta torna difícil a colheita das sementes. O Iapar está tendo bons resultados com uma nova técnica para produzir sementes da planta. Trata-se, segundo Guerini, de um processo de podas sucessivas que, além de facilitar a colheita, acaba multiplicando a quantidade de sementes que a planta produz. Foto acima (Crotalária, triturada e incorporada ao solo: nutrientes e cobertura).
O cuidado com a crotalária se explica. O Iapar vem testando em Palotina um sistema de rotação em que ela entra como um plantio de entressafra entre a colheita da lavoura de verão e o plantio da de inverno. Ou seja, depois de colhida a soja ou o milho, é semeado este adubo verde. Em apenas 70 dias ela cresce o suficiente para produzir cerca de 9 toneladas de matéria seca por hectare, uma massa de decomposição lenta que permanece quase um ano na terra, afirma Guerini. Pode, então, ser incorporada e logo depois planta-se o trigo. Com o plantio tardio do cereal, preserva-se a lavoura do cereal do período mais crítico de geadas na região, segundo o acompanhamento feito pela estação de Palotina. E os benefícios da crotalária plantada na entressafra são sentidos tanto pelo trigo como pela cultura seguinte, principalmente se for o milho.
Na mão dos pequenos
Uma série de barreiras separa os pequenos produtores dos benefícios da adubação verde. Falta, em primeiro lugar, informação sobre as vantagens de cultivar essas plantas. E, entre os que as conhecem, muitos não têm dinheiro para bancar a compra de sementes. Em uma fazenda de 72,6 hectares em Votorantim, município próximo a São Paulo, trabalha-se sério para tentar saltar de uma vez esses dois obstáculos. Há cerca de dois anos funciona ali o Banco de Sementes Aratã, que cultiva principalmente adubos verdes. O banco pretende não só produzir sementes como também ensinar a pequenos produtores da região como cultivar essas plantas de modo a aproveitar ao máximo seus benefícios. Foto acima (Reis e guandu: sementes e treinamento para os pequenos produtores).
“De início, os agricultores apresentam uma grande resistência aos novos cultivos. Mas os que experimentaram o plantio gostaram dos resultados”, afirma Antonio Marcos dos Reis, que orienta os trabalhos na fazenda. A idéia é fornecer sementes para os pequenos produtores que recebem treinamento sobre como fazer o cultivo. Eles assumem o compromisso de produzir novas sementes, para repetir o plantio e para devolução das emprestadas pelo banco. Assim, garante-se o fornecimento a novos grupos de agricultores.
O projeto é sustentado por uma associação não governamental, o Capide – Centro de Apoio a Programas de Integração e Desenvolvimento. As plantas cultivadas até agora são a mucuna preta, o feijãode-porco e o guandu, além do calopogônio. No plantio de inverno, foram semeados a aveia, o nabo forrageiro, o tremoço branco e o milheto. Para facilitar a utilização pelos lavradores, é dada prioridade a formas de plantio consorciado com as culturas comerciais, como a do arroz com calopogônio e do milho com o feijão-de-porco ou a mucuna. O agricultor pode assim receber os benefícios do adubo verde sem abrir mão da colheita que garante a renda da família.
Conheça algumas espécies de adubação verde
Aveia preta – Avena strigosa Schieb
Família: gramíneas – Climas: temperado e subtropical
Rústica, produz grande quantidade de massa verde mesmo em solos pobres. Muito eficiente na reciclagem de nutrientes. Diminui presença de patógenos no solo e melhora o rendimento especialmente da soja e do feijão.
Outros usos: alimento animal (forragem, feno)
Azevém – Lollium multiflorum Lam
Família: gramíneas – Climas: temperado e subtropical
Exige temperaturas frias no outono e inverno. A incorporação de massa verde ou aplicação de herbicida deve ser feita na floração, 130 a 170 dias após a semeadura. Produz 20 a 30 toneladas de massa verde e de 2 a 6 toneladas de matéria seca por hectare.
Outros usos: forrageira
Calopogônio – Calopogonium mucunoides
Família: leguminosas – Clima: tropical
Muito rústica, tem crescimento inicial lento, mas, após cinco meses, desenvolve uma camada vegetal de 30 a 60 centímetros de altura. Fixa de 370 a 450 quilos de nitrogênio por hectare/ano. Incorporação no florescimento, por aração ou aplicação de herbicidas.
Outros usos: forrageira
Crotalária – Grotalaria juncea
Família: leguminosas – Climas: tropical e subtropical
Tem rápido crescimento inicial e impede o desenvolvimento de invasoras. A planta chega a mais de 2 metros de altura e as raízes atingem 3 metros de profundidade até o florescimento (de 110 a 140 dias após o plantio).
Outros usos: produção de fibras e alimento animal
Ervilha forrageira – Pisum sativum
Família: leguminosas – Climas: temperado e subtropical
Seu crescimento é rápido e em 60 dias chega a cobrir 70% da superfície do solo. É uma fonte de nitrogênio aproveitado especialmente por gramíneas como milho e arroz Plantio pode ainda ser intercalado a culturas perenes.
Outros usos: alimento animal (forragem, silagem, feno)
Ervilhaca – Vicia sativa
Família: leguminosas – Climas: temperado e subtropical
Possibilita a incorporação de 108 quilos de nitrogênio por hectare ao ano, em média, e tem grande capacidade de reciciar outros nutrientes. Outra espécie, a ervilhaca peluda (Vicia vil/asa) é mais rústica e precoce, e, por isso, vem sendo bastante utilizada.
Outros usos: forrageira
Feijão-de-porco – Cana valia ensiformis
Familia: leguminosas – Clima: tropical
Seu sistema radicular profundo – chega a 3 metros de profundidade em 110 dias – assegura resistência à seca e melhora a porosidade do solo. Deve ser acamado com rolo-faca ou incorporado de 100 a 120 dias após o plantio. Inibe o crescimento da tiririca.
Outros usos: alimento animal
Girassol – Helianthus annuus L.
Família: compostas – Climas: temperado e subtropical
Excelente para a sanidade do solo, em rotação ou consorciação de culturas. Muito resistente à seca e suporta temperaturas elevadas. Apresenta desenvolvimento inicial rápido e inibe o desenvolvimento de invasoras.
Outros usos: industrial, alimentação humana e animal
Guandu ou andu – Cajanus cajan
Família: leguminosas – Climas: tropical e subtropical
É pouco exigente quanto à fertilidade do solo. Suas raízes penetram em solos compactos e adensados e tem grande capacidade de reciclar nutrientes, além de liberar um ácido que facilita a absorção do fósforo pelas plantas.
Outros usos: forrageira e alimento humano (grãos)
Labe-Iabe – Dolichos lablab
Família: leguminosas – Climas: tropical e subtropical
Produz, em média, 40 t de massa verde por ha. Uma tonelada de matéria seca contém 18 kg de nitrogênio. Em 150 dias, suas raízes chegam a 3,4 metros de profundidade. O manejo ou incorporação devem ser feitos no florescimento (140 a 180 dias do plantio).
Outros usos: alimento animal
Leucena – Leucaena leucocephala
Família: leguminosas
Espécie perene. Variedade que vai da arbustiva à arbórea. Pode produzir 100t/ha/ano de massa verde, usada como cobertura morta ou incorporada. No plantio intercalar a outras culturas, fixa 400 a 1000kg/há/ano de nitrogênio ao solo.
Outros usos: forrageira, para lenha, carvão, madeira
Mucuna anã – Stizolobium deeringiana
Família: leguminosas – Climas: tropical e subtropical
Produz menos massa que as mucunas cinza (St. Cinereum) ou preta e, por isso, é recomendada para plantio entre fileiras de culturas perenes e mesmo anuais, como o milho. Tem a vantagem do ciclo curto, com corte ou incorporação em 90 dias após semeada.
Outros usos: alimento animal
Mucuna preta – Stizolobium aterrimum
Família: leguminosas – Climas: tropical e subtropical
Muito rústica, cresce bem em solos ácidos e pobres em fertilidade. Em áreas dos cerrados chega a produzir 40 toneladas por hectare de massa verde, com uma composição rica e variada de nutrientes. Impede a multiplicação da população de nematóides.
Outros usos: alimento animal
Nabo forrageiro – Raphanus sativus L.
Famílía: crucíferas – Climas: temperado e subtropical
Rústica, tem crescimento rápido e dificulta a infestação de invasoras. Tem raiz pivotante profunda e grande capacidade de reciclagem de nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo, favorecendo a cultura posterior, principalmente o milho e o feijão.
Outros usos: alimento animal
Soja perene – Glycíne wightii
Família: leguminosas – Climas: tropical e subtropical
De crescimento inicial lento, produz de 20 a 40t/ha/ano de massa verde, com boa capacidade de fixar nitrogênio. É recomendada como cobertura permanente intercalada a culturas perenes. Mas exige solos com boa fertilidade.
Outros usos: forrageira (consórcio com gramíneas)
Tremoço – Lupinus sr.
Família: leguminosas – Climas: temperado e subtropical
O sistema radicular penetra até mais de 2 m de profundidade e fixa até 150 kg/ha de nitrogênio no solo. O tremoço branco é mais resistente ao calor e o azul o mais exigente em frio. O amarelo dá bem no Sul do país.
Outros usos: alimentação animal e humana
Fonte: Revista Globo Rural – Junho de 1994 – Texto: Odilon Guimarães e Colaboração de Gislene Silva – Fotos: Oswaldo Maricato, Amilton Vieira e Ernesto de Souza.
Os artigos publicados sao bons mais acho que podem melhorar mais no aspecto especificidede sobretudo tipo de solo e cultura que se adapte em tais condicoes nem todos sabemos quais culturas adaptam-se a determinados solos
Prezado Sr.
Estou a procura de semente de Ervilhaca Peluda. Poderia me informar onde posso adquirir.
Atenciosamente
Roger Ramalho
olaa fassa o seguinte va até uma floricutura e pergunte sobre essa semente! Não é simples atenciosamente anonimo
Muito boa a matéria exelente estão de parabens, foi através desta matéria k fiquei sabendo mais dos custos de produção e a difusão do uso das mesmas, acredito k aki p/ regiao do mato grosso seria o ideal p/ começãr a recuperar as áres de APP. Estou realizando um trabalho com leguminosas tropicais na entrelinha do a 1,5 ano e encontrar essas informações estimula a continuar pesquisando. Abraços.
Como adubação verde eu utilizo o feijão de porco e a crotalária.
Ambos eu encontrei em um terreno baldio perto de casa graças às fotos desse excelente artigo.
A crotalária não cresce como a da foto, no máximo 1 metro de altura.
Plantas como alface e tomate não se desenvolviam como desejado. Depois que passei a utilizar a adubação verde o resultado foi satisfatório.
Sinceramente não sei explicar por qual motivo essas plantas não iam bem como as outras (vagem, maracujá, abóbora, milho, jiló, berinjela, pimentão, chuchu, quiabo, couve, cenoura, nabo, beterraba, repolho).
Planto o feijão de porco e abóbora em consórcio com o milho. Percebi que o feijão de porco é um excelente atrativo para as pragas do milho.
Carunchos, brocas e vaquinhas atacam o feijão, mas raramente se encontra alguma espiga ou folha atacada por essas pragas.
Gostaria de pedir uma dica aos amigos do blog, tenho muita dificuldade em produzir sementes de cenoura e beterraba.
Se alguém tiver alguma dica, como época certa para o plantio ou algum manejo especial para produção de sementes ficaria muito agradecido.
Abraços.
moro no amazonas ,aqui é muito quente e umido, qual é a planta mais indicada para minha regiao.
Wagner, o feijão de porco produz excelente resultado. A minha região aqui na Bahia é também muito quente e úmida. Experimente.
Olá!
Gostei muito da reportagem, e gostaria de entrar em contato com o CAPIDE, para quem sabe desenvolver parcerias aqui na minha região (Serra da Canastra)
att.
Carla
Olá Carla.
O texto desta página foi retirado da Revista Globo Rural de junho de 1994. Para fazer contato com o CAPIDE terá que fazer uma busca na internet.
Att. Gardel
Poderiam incluir o amendoin forrageiro na adubação verde, pois sua multiplicação é por mudas. apropriado a pequenos produtores.
belo blog!!
Olá Alexandre, obrigado pela sugestão, logo estarei publicando uma nota sobre o amendoim forrageiro.
Esse site seus é dos bão. Parabéim.
Vou juntar um Zé-meio prá mandá prucêis.
Excelente artigo, principalmente, no que se refere ao melhoramento das pastagens. Sou da Região norte-nordeste do Rio Grande do Sul.
olá, minha mensagem é para o FERNANDO TORRE..
FERNANDO, gostaria de saber se você é filho de D. TEREZINHA M J AGUIAR.
SE SIM, POR FAVOR, entre em contato com Flavia, mi9nha neta, no e-mail l.fteles@hotmail.com , fui muito amiga dela em nossa juventude, gostaria muito de ter noticias.
desde ja agradeço.
MARIA DE LOURDES C NOGUEIRA
Olá,aki é o Felipe Estou cursando 3ºano de tecnico agricola,e presizava de varias saber tudo sobre mucuna:Quando plantar prq plantar,quantidade de nitogenio que fixa no solo por hectare,quantidade de materia organica,qual a adubação necessaria,prae se tiver algumas imagens tambem;
Por favor me responda, conto com vc.
muito obrigado
Caro Felipe, as informações que disponho sobre adubação verde estão disponíveis nesta mesma página.
Boa noite. O que significa: Deve ser acamado com rolo-faca ou incorporado de 100 a 120 dias após o plantio. Planta feijão de porco.
Obrigado
Amei o Blog!!! Parabéns!!!
Parabéns pelas pesquisas e pelo blog, é de gente assim que este Brasil precisa, temos que preocupar em desenvolver técnicas inovadoras e que os agricultores, principalmente os pequenos, possam melhorar a qualidade da terra sem uso de Adubos e Agrotóxicos, que além de poluir e contaminar nosso meio ambiente, são onerosos para o produtor rural e porta de entrada de Cartéis internacionais,nacionais que querem dominar nossa agricultura.
O problema do Agricultura no Brasil não é quantidade é QUALIDADE, agricultura organica é menos produtiva mas muito, muito mais saudavel e dá emprego pra muita gente.e melhora a divisão que riquesas neste país, que é rico e a maioria da população é Carente.
Isso que nos experamos quando acessamos ao blog! Parabens caras voces sao nota 100
Sinceiramente falando voces mostraram que quem sabe faz ao vivo, asim como, nao basta falar, mas sim, mostrar como as coisas funcionam e devem funsionar. eu acredito que estas informacoes vao mudar muito o projecto que tenho numa das areas do meu pais, Mozambique e gostaria que continuassem com o mesmo ritmo. Agredoxo imenxo
Amigo, boa noite. preciso da sua ajuda,tenho uma pequena propriedade rural e nesta regiao, as terras sao mais montanhosas e numa parte mais alta,ha uma erosao nao muito grande, porem, ja fiz a adubaçao com esterco de curral dentro de sacos plasticos e no periodo das chuvas sanaria o problema ,mas nada adiantou.gostaria de plantar uma semente de adubo verde e uma leguminosa que adequasse a esse terreno. Esta parte de terra e muito pobre. ja plantei o humindicula, o decumbens e nenhuma plantaçao ate hoje conseguiu formar nesta area.penso em plantar este ano , no periodo das chuvas o feijao andu. estou certo?o que vc me indicaria para resolver essa situaçao.
Olá, pessoal, descobri este site e tenho gostado muito. Encontrei um site que tem info. e sementes http://www.seprotec.com.br/produtos_cobertura.asp. Não o conheço, mas achei interessante. Vão lá espiar.
Gostaria de saber que epoca planto o feijão de porco em canarana mato grosso para coletar sementes .Obrigado
Olá Ivan.
Conheço muito pouco do clima do serrado, só sei que são 6 meses de chuva seguidos por 6 meses de seca. Sugiro que consulte um técnico em agronomia de sua região, pois se seu interesse é colher as sementes é muito importante que a colheita seja feita numa época de seca.
olá, faço engenharia agronômica na Univasf, e estou pagando a matéria de Agroecologia, tenho um seminário para fazer a respeito de adubos verdes de inverno e gostaria de saber se todas estas especies citadas podem serem utilizadas como adubo verde de inverno? se caso não quais são?
Olá Isa. No texto inicial há uma descrição específica sobre adubação de inverno, onde as plantas citadas correspondem a esta estação. Esta publicação foi retirada de uma revista Globo Rural junho de 1994, sugiro que consulte outras fontes para maiores informações.
Gostei muito dessas informações,gostaria de saber como adquirir as sementes.
Olá Sérgio.
Você pode adquirir sementes para adubação verde em agropecuárias ou agricultores orgânicos.
presados senhores do sitio curupira, preciso de sementes de ervilhaca peluda para plantar consorciada com centeio e aveia preta em 18 alqueires, quero saber se os senhores possuem a mesma ou podem me indicar algum fornecedor, o preço,e se podem entregar logo, maiores informações fico agradecido celso alexandre.
Olá Celso.
O único lugar que conheço que comercializa sementes para adubação verde aqui na minha região (Santo Amaro da Imperatriz-SC) é a Herbivale. Segue o link da loja virtual deles http://www.herbivale.com.br/lojavirtual/#
olá gostaria de obter o endereço para fazer uma visita.
grata sandra.
Quem somos nós: https://sitiocurupira.wordpress.com/quemsomosnos/
Quem é você e qual seu interesse na visita?
Envie sua resposta para o e-mail poruga@terra.com.br que agendaremos sua visita.
Sou aluna do curso de meio ambiente, esta pesquisa me ajudou muito.
Parabéns
Lucia
sou representante de substrato para plantiu de hortaliças , gramas e outros, entre em contato viabrasilpaisagismo@hotmail.com
Somos de Sorocaba e gostaria de obter informações de alguns itens da adubação verde, como adquirir a semente ? Gostaria de lhe fazer uma visita, tenho urgência !
Aguardo resposta.
Grata Luana e Devalti Geraldi
Olá Luana.
Não comercializamos sementes para adubação verde, mas posso indicar a agropecuária que costumo comprar quando necessito (http://www.herbivale.com.br/lojavirtual/). Ela fica logo na entrada de Santo Amaro da Imperatriz vindo da BR 101.
Para visita estamos recebendo de segunda a sexta no horário da tarde. Caso tenha interesse faça contato pelo e-mail poruga@terra.com.br que acertaremos os detalhes.
Att. Gardel Silveira.
Encontrei sementes para adubação verde de qualidade na WOLF SEEDS DO BRASIL
http://www.wolfseeds.com.br
Att. Tiago Penha
quero comprar sementes mucuna anã, quero endereço e valor.
Olá Sérgio. Não comercializamos nada só divulgamos conhecimento.
Sergio magalhães da Silva, sou secretario de agricultura do municipio de Tapira no Pr, região de Umuarama, aguardo resposta neste email serginhotapi@hotmail.com
quero comprar sementes da mucuna anã, qual o preço
Agora vi a resposta muito obrigado
Consegui 2 kg de semente de crotalária par fazer um pequeno plantio em meu terreno no Ribeirão do fogo. Vou iniciar um mini projeto solidário de várias plantas, de uso conforme está escrito em Gêneses e Êxodo para fazer um uso perfeito no controle do mosquito da Dengue e outras no controle de várias enfermidades. Faço um agradecimento sem medida para o meu Criador.
Olá Sergio, achei muito interessante o artigo, tenho um sítio em Porto Feliz com terra mista, fiz um pequeno plantio de milho mas não aproveitei quase nada, então, pensei em recuperar este solo, foi aí que pesquisei. e quero tentar através de uma solução ecológicamente correta, buscar uma solução, por favor preciso de informções, será que você pode me ajudar, será que posso começar com o plantio da Crotália? Obrigada e aguardo sua resposta. Um abraço. Neuza Orlando.
I have got the hang of it and I am running with it.
As the student gets older and progresses through school they will have more and more work so storage space
is essential. Also check the minimum clearance from the
mounting point to the closest wall surface.
O amendoim forrageiro é uma ótima leguminosa, já utilizo a 8 anos. A multiplicação é através de mudas, pois a produção de sementes é pequena.
Parabéns ao Sítio Curupira pelo site. Utilizo adubação verde há muito tempo e os resultados são ótimos. Outra leguminosa que faz uma excelente cobertura é a puerária, o complicado é o preço da semente no início que é muito cara.
Onde consigo comprar leguminosas preciso para meu trabalho de conclusao de curso ? Preciso de poucas sementes de leguminosas mucuna-preta,ervilhaca,crotalarea,feijao gunadu?
Veja nesta empresa
http://www.herbivale.com.br/lojavirtual/mapasite.asp
Ola Pessoal do Sitio Curupira,
descobri seu site recentemente e estou gostando muito.
Aonde fica o sitio?
Por favor gostaria de um email particular para contata-los.
abraço
Tati
Olá Tati.
Para saber sobre nossa localização acesse a página https://sitiocurupira.wordpress.com/quemsomosnos/
Nosso e-mail também está nesta página.
Vejam mais informações interessantes sobre o assunto no Boletim Técnico 247/ Adubação Verde no Estado de SP” da CATI (www.cati.sp.gov.br) e no livro ‘Adubação Verde e Plantas de Cobertura no Brasil” (www.embrapa.br/livraria). Elaine Bahia Wutke; Instituto Agronômico-IAC, Campinas, SP; ebwutke@iac.sp.gov.br
Caros amigos do Sítiocurupira. Ainda não li todos os textos deste blog, mas gostei muito do que li. Preciso preparar um pequeno espaço de terra utilizando feijão-de porco. Vocês conhecem lojas em São Paulo, SP, onde possa comprar estas sementes? Obrigado.
Antonio